NOSSA HISTÓRIA
De acordo com o historiador Tito Teixeira, em 1948, Clarinda de Freitas — esposa de Elpídio Aristides de Freitas, proprietário dos loteamentos da Vila Roosevelt (atual bairro Presidente Roosevelt) — doou à Paróquia de Santa Teresinha uma quadra da parte central destinada à construção de uma igreja em homenagem a São Judas Tadeu.
Comunicado o fato ao padre superior dos Salesianos, na Igreja de Nossa Senhora Aparecida da Vila Operária (atual bairro Aparecida), Clarinda iniciou suas atividades e mandou confeccionar uma planta do templo planejado. A quantia de 55 mil cruzeiros para início das obras foi obtida através de doações feitas pelos conhecidos da benfeitora a qual, convencida de que o valor obtido era insuficiente para a missão, entregou a seu cunhado Ismael de Freitas a incumbência de prosseguir nas atividades por ela iniciadas e administrar a construção da referida igreja cujo financiamento correria por sua conta.
Ismael entrou logo em ação, lançando festivamente a pedra fundamental da almejada obra, em companhia de autoridades civis e eclesiásticas e de grande número de populares. A cena foi abrilhantada pela presença da banda de música municipal, cedida pelo então prefeito Geraldo Mota Batista que também se encontrava nos festejos.
Iniciadas as obras de construção do templo, foram confiados ao empreiteiro Antônio Zanpelini os serviços de alvenaria e revestimentos, e aos Pioneis as obras de carpintaria. A referida construção ficou em 200 mil cruzeiros, sendo 55 mil advindos da contribuição de alguns católicos e o restante financiado ainda por Clarinda de Freitas. A imagem de São Judas Tadeu, por sua vez, foi encomendada no Rio de Janeiro por Matilde Pinheiro Teixeira, esposa do coronel Arlindo Teixeira.
Em 1950, foi a igreja de São Judas Tadeu benta por padre Américo Ceppi, da paróquia de Nossa Senhora Aparecida, que celebrou ali a primeira missa cantada. Com a criação da paróquia de Nossa Senhora Aparecida pelo decreto de 11 de abril de 1945, através da autorização dada por Dom Alexandre Gonçalves Amaral – Bispo Diocesano de Uberaba – a igreja de São Judas Tadeu passou a pertencer a essa freguesia dirigida pelos padres Salesianos.
A Capela de São Judas Tadeu foi então finalizada e inaugurada no ano de 1955, momento em que a missa era celebrada sempre no último domingo do mês. Entre 9 a 25 de março de 1957, vieram missionários ou padres redentoristas de Aparecida do Norte, congregação que colocou o cruzeiro ao lado da igreja. Neste cruzeiro, as pessoas vinham e vem até hoje, fazer seus pedidos, seus agradecimentos e suas preces ao Pai. A Igreja de São Judas Tadeu foi administrada por um bom tempo pelos padres Salesianos, depois pelos Padres Oblatos, pertencendo neste período a Paróquia de Bom Jesus, até 1988.
Em 20 de março de 1988, foi erigida canonicamente à condição de Paróquia pelo então bispo diocesano Dom Estevão Cardoso de Avelar (bispo de Uberlândia entre os anos de 1978 e 1992), tendo como primeiro pároco o padre João Medeiros que deu um grande dinamismo à Paróquia que então se iniciava. Num período em que os "padres cantores" praticamente não existiam (com exceção de Pe Zezinho, o grande menestrel de nossa fé), Padre João encantava a todos com sua voz firme e marcante. O trabalho pastoral foi se solidificando e era habitual a comunidade receber inúmeros visitantes, advindos de várias partes da cidade. Com isso, a devoção ao padroeiro foi crescendo ainda mais. Foram construídos o Salão Paroquial, a Secretaria e a antiga cozinha. A parede de trás da Igrejinha foi derrubada, sendo substituída por um grande portão de madeira. Nos finais de semana, esse portão era aberto e o pequeno altar colocado na posição transversal no presbitério, para que os paroquianos pudessem participar da santa missa também acomodados no Salão. Como o número de paroquianos só crescia, Padre João sentiu a necessidade de construir um novo templo — que desde seu início foi chamado de Santuário — e nos primórdios da década de 1990, iniciaram-se as campanhas para arrecadação de fundos. Uma grande doação de tijolos foi conseguida pela paróquia e com a ajuda de uma fundação alemã, a construção enfim começou a sair do papel. A princípio, de maneira lenta, mas com a participação de todos e graças às inúmeras galinhadas realizadas pela comunidade, o sonho foi acontecendo.
Em junho de 1992, a função de pároco foi concedida ao monge cisterciense Irineu Castelo Neto e coube a ele a tarefa de edificar o novo templo dedicado a São Judas Tadeu. Os eventos se multiplicaram e o projeto original — após consulta popular — foi modificado, acrescentando-se uma torre central. As pastorais também cresceram e em 1992 foram realizadas as "Missões em família" que movimentaram a Paróquia que na época era composta de 10 comunidades: Matriz, Imaculada Conceição, Sagrado Coração de Jesus, Santa Rosa de Lima, São Vicente de Paulo, Divino Pai Eterno, São José, Nossa Senhora de Lourdes, São João Batista (Distrito Martinésia) e Santo Antônio (Distrito de Cruzeiro dos Peixotos). Durante o período em que esteve à frente da comunidade, Padre Irineu contou rapidamente com o auxílio de dois sacerdotes: Padre Fausto e Padre Fernando que, mesmo sem a provisão de vigários, em muito contribuíram com o trabalho pastoral. Padre Fernando foi, inclusive, o primeiro a presidir a Santa Missa na nova igreja, ainda em construção. No dia 21 de maio de 1994, D. José Alberto Moura celebrou a primeira Crisma e o templo foi palco também para ordenações diaconais e sacerdotais e entre os ordenados estava o falecido padre Henrique Jorge de Mesquita que ficou responsável por seis das dez comunidades da Paróquia. Essas seis capelas comporiam, posteriormente, a paróquia de São Vicente de Paulo, no Bairro Jardim Brasília.
Outra belíssima página dessa história começou a ser escrita em agosto de 1997, com a chegada do terceiro pároco, Padre José de Anchieta Araújo Guerra. Antes mesmo de completar três meses de sua posse, coube a ele o privilégio de inaugurar o novo templo, em 28 de outubro daquele ano. Além de D. José Alberto Moura, esteve presente à inauguração o Diácono Samuel Vital Ferreira, que lavrou a ata de inauguração. Padre José de Anchieta enriqueceu ainda mais a liturgia, tratava pessoalmente dos detalhes de decoração e a Paróquia, agora com uma igreja à altura, foi ficando cada vez mais cheia. A Missa do Padroeiro, que sempre foi celebrada todo dia 28, passou a ser transmitida pela Rádio América e contava com o passeio do Santíssimo Sacramento. Também neste período, o pátio de festas foi cimentado e coberto, a cozinha e as salas de catequese foram ampliadas, a sacristia passou por sua primeira grande reforma. A Paróquia contou ainda com o auxílio pastoral do padre João Batista dos Santos que permaneceu por um bom tempo na comunidade.
Em agosto de 2003, no dia 28, a Paróquia foi entregue ao Padre Itamar de Almeida Machado, nascido em 16 de junho de 1952, em Tupaciguara e ordenado sacerdote em 01 de agosto de 1981. Ficou na Paróquia durante uma década e, nesse período, acolheu como Vigários Paroquiais: Pe. Roberto Lopes Uzeda; Pe. Fábio Marinho Borges; Pe. Gil Eduardo Araújo; Pe. Júnio Pereira; Pe. João Carlos Araújo e Pe. Olezil Bezerra de Vasconcelos. A obediência às orientações da Igreja, a simplicidade, a humildade e o cuidado pastoral foram suas marcas e as mesmas ficarão registradas nos corações de todos os paroquianos. Como Coordenador Diocesano de Pastoral, por dois mandatos teve a responsabilidade de coordenar as Assembleias Diocesanas de Pastoral 2011 – 2015 e 2015 -2019. Para o Pe. Itamar, a evangelização sempre brotou da vida e da realidade da comunidade, e a ela coube desempenhar seu papel de discípula, missionária de Jesus, não só devocional, mas também o da caridade e misericórdia, e que deve ter os olhos abertos e atentos, para acolher carinhosamente a todos, sem distinção, pois assim é constituído o Reino de Deus.
No dia 06 de julho de 2014, a Paróquia São Judas Tadeu, composta hoje pela Comunidade Matriz e as Comunidades N. Sra. Rainha da Paz (Rua Moacir Lopes de Carvalho – 201 / Bairro Roosevelt) e N. Sra. de Lourdes (Rua Mário Paganini – 220 / Bairro Roosevelt) recebeu alegremente o novo Pároco, Pe. Olimar Rodrigues, após quinze anos à frente da Catedral de Santa Terezinha. Ele que nasceu em Araguari, no dia 10 de abril de 1964 e ordenado no dia 24 de janeiro de 1992, chegou à Paróquia com seu carisma peculiar: zelo e carinho especial para com as coisas do Alto, conquistando rapidinho a todos e motivando imediatamente a reforma e adequação do espaço celebrativo, bem como a Secretaria e demais dependências. Uma verdadeira revolução para o bem de toda comunidade.
Com seu jeitinho incansável de ser, sempre pronto à missão, tem valorizado dia a dia os trabalhos pastorais e além das Pastorais, Movimentos e Serviços, que não são poucos, motivou a implantação da Pastoral Social “Mãos à Obra” e da Pastoral de Rua, o que foi acolhido prontamente.
Numa responsabilidade solidária e comprometida com a missão, Diácono Antônio Daud assumiu também com Pe. Olimar o chamado para servir com alegria.
Por toda essa bela história, percebe-se que a Paróquia São Judas Tadeu, de Uberlândia, ao longo de seus sessenta anos tem prestado um grandioso trabalho de evangelização e está preparada e fortalecida para um futuro promissor, pronta para assumir os mais diversificados desafios, com a decidida alegria, coragem e ousadia de anunciar a Boa Nova a toda criatura.
