Santa Obediência
- Marilí Silva
- 22 de ago. de 2016
- 3 min de leitura

Em um mundo onde se prega: “ninguém é obrigada a nada”, a obediência está sendo substituída pela desobediência. Dessa forma é que estamos criando nossos filhos, sobrinhos, netos. É para não serem obedientes a nada e ninguém que esta geração está sendo formada. Infelizmente, estamos desaprendendo a viver.
Obediência aos pais
Há bem pouco tempo, bastava um olhar de nossos pais para entendermos algum recado. Interromper a conversa dos adultos era falta grave. Educadamente, era necessário aguardar uma pausa na conversa para solicitar algo. Ajudar nas tarefas de casa também era uma forma de obediência. Podíamos estar brincando, lendo, estudando, mas se ouvíssemos uma ordem acatávamos na mesma hora, e sem reclamar. Quando pedíamos para sair, ir à casa de uns amigos, numa festinha, ou qualquer outro lugar e a resposta fosse negativa era melhor obedecer, sem contestar.
Que saudade do tempo que as crianças e jovens eram educados, atenciosos, obedientes aos pais. Uma vez praticada a obediência em casa, automaticamente, se respeitava as demais pessoas fora de casa. Uma criança cuja obediência foi trabalhada pelos pais cresce um jovem capaz de obedecer às ordens de seus superiores sejam eles na escola, no trabalho, ou em qualquer situação em que se estabelecem as relações humanas.
Obediência aos superiores
Uma coisa interessante foi a minha experiência como aluna aos 44 anos de idade. Quando cheguei ao curso Magistério e à faculdade de Pedagogia encontrei professoras muito jovens, capacitadas, mas muito mais novas do que eu. Foi um pouco complicada essa relação, pois eu devia obediência a uma pessoa que quase poderia ser minha filha. Sim, a obediência aos superiores independe de idade e corresponde à posição que cada um ocupa dentro do espaço compartilhado. Professores estão para serem respeitados e obedecidos, assim como os chefes nas empresas, os policiais nas ruas, os médicos nos hospitais.
Um tema muito abordado pelos Consultores Corporativos é que o diferencial, hoje, mais almejado pelos empregadores é que os profissionais, além da capacitação para o cargo, tenham bom relacionamento interpessoal, ou seja, mostrem-se respeitosos, obedientes e bem humorados.
Obediência a Deus
Enquanto criança e adolescente, Jesus aprendeu de José - seu pai adotivo - o ofício da carpintaria e de Maria - sua mãe - a cultura e a religião judaica. Encontramos a revelação clara da obediência de Jesus a seus pais no Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas. Após ter se distanciado dos pais por três dias, ao reencontrá-los, seguiu-lhes obediente. Veja:
“Então foi com eles para Nazaré, e era-lhes obediente.” (Lc. 2,51)
A obediência de Jesus a seus pais era, na verdade, a própria obediência à vontade de Deus. A santa obediência que nos torna aquilo que Deus quer de nós. Os Dez Mandamentos é uma forma que Deus estabeleceu para tornar-nos obedientes a Ele. São dez ordens a serem cumpridas para que não nos percamos no caminho. Bem sintetizadas essas ordens alcançam todas as situações da vida humana. Se vivermos obedientes aos Dez Mandamentos, conseguimos perfeitamente nos colocar a caminho do céu.
Obediência é uma virtude
Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém (cf. 1 Cor. 6,12). Portanto, não convém a nós mulheres cristãs, e neste contexto, católicas ficarmos espalhando por aí certas frases que estão incutindo na mente de nossas meninas e jovens uma ideia de comportamento desleixado, irresponsável e desobediente, prejudicando assim as boas relações entre pais e filhos e entre pessoas de modo geral.
Contudo, há uma esperança de que a repetição desses chavões modernistas não faça morada nos corações, e que seja apenas mais uma “onda” que vai passar como tantas outras. Relativo a isto Jesus nos dá um exemplo em Mateus 21, 28-32 , mediante a ordem do pai aos seus dois filhos. O filho que se disse obediente não obedeceu e o filho que se mostrou desobediente foi o que obedeceu, verdadeiramente, ao pai.
Que a obediência brote do coração, como forma de virtude cristã. Assim seja!
Comments